Não, não me estou a referir aos momentos “especiais” do fim-de-semana!
Estou a falar mesmo do Circo de Gredos, formação geológica fabulosa onde decorreu uma das caminhadas mais exigentes do historial Domingueiro.
Não que o percurso fosse particularmente difícil, mas devido à muita chuva que submergiu parte do percurso e obrigou a uma travessia acrobática!
A coisa ainda se complicou mais quando foi necessário passar o ribeiro.
O nível da água não permitia passar “a seco” e nem pensar em subir a encosta até encontrar uma passagem. Foi mesmo por dentro de água porque, pensávamos nós, com o abrigo ali tão perto, vamos já descalçar as botas.
O pior é que o abrigo estava fechado e demos com a nariz na porta!!!
Quando já se pensava em voltar para trás, lá apareceu mal disposto o guarda do abrigo, e tivemos então possibilidades de secar as nossas botas “subaquáticas” e comer uma “sopinha” reconfortante.
No dia seguinte a planeada subida ao Pico Almanzor teve de ser cancelada, por motivos óbvios, ou seja, ninguém estava com vontade!
Aquilo é alto que se farta!
Ainda foi efectuado o reconhecimento do percurso para confirmar que não tinha as condições de segurança exigidas. Não podíamos desistir sem uma justificação válida!
E pronto, toca a arrumar a trouxa e aproveitar o bom tempo antes que mude, que as previsões não eram nada animadoras!
E confirmou-se o pior cenário. Apanhámos com um nevão daqueles para ficar com o almoço molhado!
Que saudades do tempo em que os meteorologistas se enganavam…
Claro que há sempre quem consiga tirar partido das piores situações e divertir-se como um garoto que vê neve pela primeira vez. Grandes malucos!
Até que finalmente chegámos ao paraíso. Sem exageros, parecia que nunca tínhamos estado numa casa aquecida… e com sofás!
Foi uma festa!!!
Até os residentes da quinta vieram ver as “criaturas” que tinham invadido os seus domínios.
Entretanto fez-se muito escuro…
E logo a seguir… amanheceu, no magnífico local onde estávamos e onde, tenho a certeza, muitos gostariam de ficar.
Antes de sair, deixámos o nosso agradecimento no livro de visitas, devidamente ilustrado pela… nossa ilustradora residente!
E, temos de ir embora…
Sem grande vontade, fomo-nos demorando pelas aldeias onde se celebrava o Corpus Christi vestindo os trajes de festa e embelezando as ruas com flores.
Só mais uma paragem para meter combustível, que a vida está difícil, e… acabou-se.
Ficam as recordações e a vontade de voltar (em Outubro?).
Grande fim-de-semana!
A próxima caminhada vai ser mais uma na serra. Já há muito tempo que não fazíamos uma em altitude e com neve! Acho que está tudo com saudades de um bom temporal…
O objectivo desta vez é subir ao Pico Almanzor na Serra de Gredos.
Resta saber o que vamos encontrar. Pouca neve (ou nenhuma)
Ou muita…
Espero que pelo menos não chova! É que apanhar uma molha e depois ir para o Refúgio não é nada agradável!
Ora então vamos lá ver o tempo…
Pronto, este ano estamos condenados!!!
Espero que pelo menos dê para apreciar a paisagem.
De uma coisa temos a certeza, vamos desfrutar do convívio Domingueiro e passar um óptimo fim-de-semana.
Por isso, toca a andar!
Em Domingo de BTT, houve quem não quisesse deixar de ir apoiar os nossos ciclistas!
Principalmente quando o percurso é o Caminho Português para Santiago de Compostela.
Aproveitando a deslocação a Ponte de Lima, os que não se aventuraram na peregrinação ou que não se sentem muito à vontade em cima de duas rodas, vão aproveitar para fazer uma “peregrinação” a pé até à Mesa dos Quatro Abades.
“O Livro do Tombo da Freguesia de Calheiros, no ano de 1775 já cita a Mesa dos Quatro Abades. Consta de uma mesa em granito que se apoia no marco divisório das freguesias do Bárrio, Calheiros, Cepões e Vilar do Monte.
O dito marco tem quatro faces onde estão gravadas as iniciais do nome da freguesia a que corresponde a mesma face.
Ao lado da mesa existem quatro assentos, também em granito, colocados de tal modo que os respectivos Abades sentavam-se dentro do seu território à mesma mesa. Daí vem o nome de “Mesa dos Quatro Abades”.
Atendendo a que São Sebastião é o advogado contra a fome, peste e guerra, o povo invocava-o contra estas pragas. Para isso, fazia o chamado “Cerco à Freguesia”.
Em dia combinado, saía da Igreja paroquial a Procissão de S. Sebastião, cuja imagem era transportada ao colo dos homens, e dirigia-se aos marcos divisórios com as freguesias vizinhas, percorrendo marco a marco até fazer o cerco à freguesia, pedindo a sua protecção para o território paroquial.
Chegados ao marco comum das quatro freguesias o povo descansava e tomava a sua refeição, sem sair do seu território.
Os Abades, que eram também Presidentes de Junta, sentavam-se nos assentos correspondentes a cada freguesia em mesa comum.
Aí discutiam, debaixo dos olhares da imagem de S. Sebastião, os litígios entre freguesias, servindo os Párocos - Presidentes de neutros moderadores. O Pároco - Presidente de Junta, sempre que o julgava necessário, ia consultar o seu povo.
No final da década de sessenta foi reconstruído o logradouro onde se situa a Mesa dos Quatro Abades pelo então Presidente da Junta, Conde de Calheiros, juntamente com os Párocos das Freguesias e a Administração Florestal, sendo repetida a tradição durante dois anos.
A partir de 1987 foi reatada esta tradição com os Presidentes das Juntas de Freguesia do Bárrio, Calheiros, Cepôes, e Vilar do Monte, realizando-se anualmente um encontro para o qual são convidadas entidades locais e onde são debatidos os problemas comuns às quatro freguesias.”
In “Jornal O Vianense”
De certeza que iremos encontrar paisagens magníficas e vistas panorâmicas sobre o Vale do Lima.
Por isso... toca a andar!!!
Já tardava a crónica sobre a peripécias na Idanha!!!
Mesmo na Primavera às vezes as fontes secam e tem de se esperar que chova!
Como já choveu... vamos para a Beira Baixa!
Não, a foto não é uma cópia daqueles postais ilustrados que nos mostram um lugar num país distante e que nos faz pensar “Um dia tenho de ir aqui!”.
Pois esta foi tirada de manhãzinha cedo antes de chegar ao Parque de Campismo de Idanha-a-nova, Beira Baixa, Portugal!
E foi assim o fim de semana todo! Mas comecemos pelo princípio.
Penha Garcia
Uma terra tão pequenina e com tanta beleza e tanta história e histórias!
Histórias que começaram à 480 milhões de anos, com uns bichinhos que andavam dentro das rochas, que na altura ainda não eram rochas, e aí deixaram os seus rastos (os icnofósseis). Alguns acabaram mesmo por ficar lá (os fósseis)!
Mais recentemente as histórias foram outras... Histórias duma terra isolada e pobre que preservou as tradições de que Catarina Chitas foi um dos expoentes máximos.
Mas hoje em dia os tempos são outros e as atracções também.
Aproveitando as fragas do Ponsul encontramos muitas vias de escalada muito utilizadas pelos amantes da modalidade!
E, claro, um pequeno percurso pedestre usado por um grupo (des)organizado como aperitivo para as “fartas” caminhadas que se seguiram!
Monsanto e Idanha-a-velha
A aldeia mais portuguesa de Portugal foi o ponto de partida da grande caminhada do fim de semana.
Qualquer coisa como 18 Km que meteram medo a muita gente, mas que ninguém se arrependeu de ter feito, apesar de algumas mazelas (faltaram ao aquecimento!)
Após uma breve paragem para repor as energias, chegamos a Idanha-a-velha a precisar de refrescar as ideias!
A Sé Catedral foi particularmente apreciada, não sei se pela beleza, pela frescura do seu interior ou pelo discurso do guarda de serviço!
Com Monsanto já bem longe, mais uma vez pusemos as botas ao caminho que ainda faltava muito que andar!
Abutres
Como as forças já não eram as mesmas no Domingo, apesar da vontade, foi com alguma dificuldade que fomos para Salvaterra do Extremo à procura dos abutres (ou grifos).
E fomos encontrá-los na fronteira com Espanha numa zona do Parque Natural do Tejo Internacional depois de, finalmente, nos termos enganado no trajecto.
Por pouco não conseguíamos enganar-nos. Seria uma falha na reputação Domingueira!